sexta-feira, 28 de maio de 2010

"Estado do São Francisco: uma abordagem Político-Econômica", por Márcio Carvalho

Nesta última terça-feira, dia 25 de maio, participei de uma mesa-redonda intitulada "A criação do estado do São Francisco: vínculos históricos e interpretações". Participaram comigo a Professora Ignez Pitta e o senhor João Alfredo dos Santos, do Jornal do São Francisco; a mesa foi mediada pelo Prof. Paulo Baqueiro (o da UFBA).

Publico, logo abaixo, minha apresentação naquela oportunidade: "Estado do Rio São Francisco: uma abordagem Político-Econômica". Mas gostaria de fazer as mesmas ressalvas que fiz durante a apresentação.

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que há outras dimensões a serem analisadas além da política e da economia quando pensamos na emancipação de uma região: são de fundamental importância as dimensões identitárias, geográficas e históricas. Mas, nesta apresentação, analiso apenas uma parte (a questão de arrecadação e repasse de recursos) da política-econômica do estado.

Além disso, o foco da apresentação foi analisar a afirmação, tão ouvida pelo povo da região, que o oeste baiano é abandonado, esquecido pelo Governo do estado (e, em menor medida, pelo Governo Federal). Para tanto, fiz um levantamento da arrecadação de tributos estaduais pelos 35 Municípios da região, e comparei com os repasses do Governo do estado aos Municípios. Compilei também os repasses na União aos Municípios daqui. Os resultados são, para dizer o mínimo, interessantes, nos fazendo pensar que o problema real é a gestão de recursos, e nem tanto sua quantidade.

Os dados são de 2009; por uma questão de espaço, coloquei na tela apenas os valores relativos aos municípios de maior arrecadação, mas os totais apresentados sempre levam em conta os valores dos 35 municípios do que seria o Estado do São Francisco.

Finalmente, gostaria de agradecer ao Colegiado do Curso de Geografia pelo convite: este tipo de evento tem que ocorrer com maior frequência, para qualificarmos cada vez mais o debate.

Estado Do Sao Francisco

Por Márcio Carvalho

19 comentários:

  1. Bastante lúcidas as conclusões do Prof. Márcio Carvalho. Tenho que essas reivindicações são - como foi por ele ressaltado - de natureza sobretudo político-econômicas, a meu ver sustentadas não pelo povo em si majoritariamente, mas provavelmente por grandes pecuaristas e agricultores da região, ideias essas por eles ventiladas e divulgadas, sim, para o povo, com o intuito de formação de opinião. (Custa-me aceitar que, com a criação do Estado, o povo seria mais bem assistido e respeitado.)

    Como o Prof. Márcio também defendeu, existem outros aspectos, de cunho sociológico - por exemplo, o problema identitário -, que são incomparavelmente mais difíceis de tratar, que necessitariam grandes levantamentos de dados e pesquisa correctamente dirigida para tal fim, para terem sua verdade científica assegurada.

    Estudos apoiados em números - tais quais estes que vimos no slide acima - tem duas importantes características: primeira - facilmente compreensíveis por todos e explicáveis; segunda - apresentam factos de inquebrantável realidade, dificilmente refutáveis.

    Assim, o Prof. Márcio merece parabéns por dirigir estas considerações e veiculá-las.

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  2. Em primeiro, gostaria de agradecer ao Prof. Márcio, em nome de toda a comunidade geográfica do ICADS/UFBA, pela sua participação no nosso evento.
    Em segundo, gostaria de tecer alguns comentários sobre a questão da identidade oestina como um dos tantos mitos fundadores do Estado do (Rio) São Francisco.
    A diversidade cultural, fruto das distintas identidades que um povo pode vir a possuir, longe de ser um entrave para o desenvolvimento de um país, uma unidade federativa, ou o que quer que seja, deve ser concebido como um ponto favorável, uma riqueza.
    A questão da identidade dos baianos Vs. oestinos é segregária e em nada contribui para um debate qualificado acerca da criação (ou não) do Estado do (Rio) São Francisco.
    Afinal, se em muitos lugares do mundo, a unidade de um dado ente territorial é ameaçada pelas distintas nações (com suas identidades) que a compõem, como no caso da Espanha, há aí uma intolerância que, em outros lugares, onde a diversidade é tratada como riqueza, tal situação é impensável, como na Suíca e seus cantões. Sugiro, pois, que miremos para este segundo exemplo quando formos tratar da criação (ou não) de uma nova unidade federativa onde outrora se chamou Além São Francisco.

    Paulo Baqueiro (o professor)

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  3. O Estado do Rio São Francisco é uma realidade doa a quem doer, os contra é porque não vivem a realidade dos politicos da Bahia, pois só querem sugar e mais nada. se não tivesse renda o suficiente com serteza a Bahia não fazia questão em dividir.
    o governo suga toda a renda, e nós estamos sobrevivendo com as migalhas que ficam, agora imagina toda a renda ficando aqui e os recursos federais mais industrias que venham a se instalar aqui, Tocantins deu certo. ok

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  4. Para dividir a BAHIA e, criar o estado do SÃO FRANCISCO, é preciso incluir os municípios da margem direita do rio São Francisco no novo estado do SÃO FRANCISCO. e possivelmente XIQUEXIQUE será a capital do novo estado do SÃO FRANCISCO devido à sua localização geográfica. E se não for assim é bem provável que não divida o estado da BAHIA. Ass. JOAQUIM CRUZ.

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  5. A apresentação do professor é importantíssima para realmente se pensar a criação de um novo estado. Se pensar, principalmente, de um forma responsável e não apenas pela empogação de uma mudança para a região oeste da Bahia. As discussões tem que ser mais frequentes para que se tenha um debate justo e não apenas uma decisão de pessoas que possuam interesses diretos nessa realização. O problema do oeste está presente em todas as regiões do estado e se dá por má vontade política, melhor dizendo, por interesses eleitoreiros, dos prefeitos, vereadores, governadores, deputados, senadores, presidente, ministros, etc.

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  6. Dividir a Bahia é pensar em melhoria Não vivemos de estórias ou mesmo de histórias Castro Alves ou Jorge Amado nunca será dividido O que queremos é uma divisão de terras e esperar que apareça um administrador que valorize o São Franciscano que sempre foi baiano que vive só no engano de uns governantes tiranos mentirosos e levianos que não quer dar o que sonhamos mesmo assim continuamos apanhando e chorando e continua votando dando força ao nosso algoz que cala a nossa voz Agora é de verdade não queremos falsidade mas queremos felicidade (obs. A pontuação deste texto fica por conta do leitor Ass. J.A.C.

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  7. Louvo o posicionamento do professor ao levantar os numeros que relatam o efetivo repasse de recursos a regiao oeste da Bahia por parte do govrno do estado. Agora é de conhecimento de muitos que realmente a ideia da criaçao de um novo estado é encabeçada pelo grandes agricultores e parcela signifcativa dos empresariado urbano, que com aporte financeiro conseguem custear a imagem de uma unidade federativa. Entretanto, mesmo assim sou plenamente favoravel a esta ideia, mesmo sabendo que a atual estrutura economica de produçao e politica nao irá mudar. sou favoravel apenas pelo argumento de muitos que a maquina mais proxima se torna mais facil reivindicar alguns direitos. Para finalizar faço uma breve colocaçao de que todos os estados que até o momento sao "independentes" suponho que nao qurem mais retornar as origens politico-administrativas ou seja pertencerem aos "estados-maes"

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  8. QUEM É QUER DEIXA DE SER BAIANO NOS PAGAMOS NOSSOS IMPOSTOS DEIXARAM ALGUMAS REGIÕES ESQUECIDA POR FALTA CUPRIMENTOS DE ALGUNS POLITICOS ...

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  9. A CAPITAL DO OESTE DEVE SER BARREIRAS POIS É A MAIOR CIDADE DO OESTE,E QUE CORRE MUITO DINHEIRO,COM A ECONOMIA,E O DINHEIRO QUE AQUI TEM DÁ PARA TRANFORMA-LA EM CAPITAL

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  10. Eu acredito que Barra seria ideal por ser a cidade-história (berço)da região, onde tudo começou. Nada contra Bareiras que por outro lado já é o maior município de toda a Bahia d'Oeste. Quanto os políticos do Estado que são contra a criação do novo Estado. É porque, eles não conhecem os problemas da região, aliás eles não passam de um bando de egoístas, é mais viável para os mesmos continuarem mantendo o cabreço, só que os bahienses do oeste não querem mais serem alienados aos interesses destes políticos que de alguma maneira levam algum tipo de vantagem. Basta! A Bahia d'Oeste quere sair do papel! Povo bahiense, façam panelaço nas ruas de todas as cidades da rigião no mesmo dia, o tempo que precisar! Não baixem a guarda, vão à luta povo bahiense...

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  11. Jorge Amado sempre descreveu em seus livros para o Brasil e também para o mundo lá fora, a Bahia soterapolitana, ou quem sabe, a Bahia do cacau, do Recôcavo petroleiro, até do Sertão de Euclides da Cunha, da Chapada Diamantina? Agora, dessa Bahia d'Oeste como diz: o cidadão anônimo acima, aí é outros quinhentos! Esta Bahia aqui, tem sua própria história, pra começar, esta região pertencia a Pernambuco e não a Bahia. Nós temos o direito de opinar pela nossa autonomia e é isto o que queremos. Plebiscito já, e só com a participação da região, Barra, Xique-Xique, Ibotirama e Paratinga, queremos o novo Estado do São Francisco já!

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  12. Mais um estado pobre que só servirá para criar mais uma assembléia legislativa, mais um palácio do governo, mais 3 vagas no senado, mais umas 8 vagas de deputado no Congresso, um monte de cargos comissionados de assessores de porra nenhuma. Ou seja, só servira para inchar o Estado e provocar mais gastos governamentais. A região tem agricultura. Sim, claro. Mas não tem uma indústria! Uma população ínfima para o tamanho do território. Acham que vão se sustentar de quê? Só de soja e algodão? Só estúpidos ou espertalhões (aproveitadores) mesmo para pensar em criação de estado do São Francisco, Maranhão do Sul, Gurguéia e outras coisas ridículas que estão propondo por aí seria algo benéfico. Querem atenção do governo do estado? Votem em deputados estaduais ativos e não nas lideranças tradicionais que devem estar doidinhas para que o novo estado seja criado (só para mamar mais recursos).

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  13. o oeste do rio são francisco foi dado a bahia em 1822 em compesação a perda do sergipe, o oeste do são francisco pertencia a pernambuco que o perdeu juntamente com alagoas devido a perda da guerra pela independencia de pernambuco, o imperador pedro 1 retalhou o estado de pernambuco e deu de presente o oeste do são francisco a bahia. e mais que justo essa região se tornar um estado.

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  14. Barreiras (centro-econômico) e Barra (história da região e antigo centro-econômico), um desses dois devem ser a capital do novo Estado do São Francisco. Independente da construção da nova ferrovia leste-oeste, a luta pela a nossa autonomia ainda continua, nós não desistimos! Uma faixa de terras do lado oriental do Velho Chico que começa de Xique-Xique, passando pelas cidades de: Ibotirama, Gentio do Ouro, Morropará, Ibotirama, etc. até chegar ao município de Paratinga, devem ser inseridas pela forte laços histórico-culturais no nvo Estado do São Francisco.

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  15. esses governantes que sao contra o Estado do Rio Sao Francisco, sao na verdade colhedores de votos que nao conhecem a realidade da populacao do Oeste bahiano.so vizitam nas epocas de eleicoes,quando visitam.Temos que lutarmos

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  16. A coisa é delicada. Cada uma das regiões turísticas baianas poderiam ser novos estados. Ou regiões climáticas. Ou 'invisíveis' regiões culturais. O extremo sul baiano é 500 km mais longe da capital que o extremo Oeste. O raso da catarina também é bem distante. O Acre poderia ser um país independente. O Rio Grande do Sul também. As diferenças economico-culturais existem no Brasil. Existem na Bahia. Deficiência social e descaso existe no recôncavo, na capital, em todo canto. Essa divisão cheira mais a uma suposta monarquia ou oligarquia maquiada de democracia e divisão socialitária.

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  17. Divisão sim e já! não sou do oeste mais vejo com apreço tal idéia.
    Quanto menor essa merda de estado de Bahia ficar melhor pra nós que só ganhamos migalhas desses políticos desgraçados que infestam nosso estado.
    Moro próximo ao Sergipe e vejo como esse diminuto estado é organizado. EU NÃO TENHO ORGULHO NENHUM EM SER BAIANO.

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  18. Gente sou de Luiz Eduardo Magalhães e os digo que a cidade de Barreiras é a melhor escolha não por ser a maior mais sim por que ela está localizada numa aréa estrategica, ela já nasceu para ser a capital pois se vocês analizarem no mapa ela está perfeitamente no lugar correto quaze no meio do suposto Novo Estado. Agente tem que colocar uma coisa na cabeça que pra construir uma capital do zero vai ser muito custozo, Luís Eduardo Por exemplo nasceu de Barreiras hoje é uma potência na região más na minha opinião não deve ser capital por que não está localizada em um ponto estrategico ela está no limite da fronteira com outro estado. Sejamos sensatos né gente Barreiras já está bastante grandinha e se der titulo a outra cidade vai ser chato ter Barreiras como maior cidade e ver uma cidade pequena sendo capital onde vocês já viram em algum lugar no mundo uma capital ser menor do que uma cidade do interior?
    a criação desse novo estado vai ser bom para todo o Oeste Baiano não só para Barreiras e LEM.

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  19. barreiras capital só se subir e descer os morros para crecer? rsrsrsrsr, luis eduardo sim que crece a cada dia, e tem por onde crescer.

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